sexta-feira, 10 de abril de 2015

DOENÇAS GINECOLÓGICAS

DOENÇAS GINECOLÓGICAS: SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL- CLIMATÉRIO E MENOPAUSA - MIOMA UTERINO-ENDOMETRIOSECÂNCER DE ENDOMÉTRIO- CÂNCER DE COLO UTERINO- CÂNCER DE VAGINA E VULVA- CÂNCER DE OVÁRIO- DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA - INFERTILIDADE- AMENORREIA- SíNDROME OVÁRIOS POLICÍSTICOS 

#CICLO MENSTRUAL
FISIOLOGIA
Duração: 21-35dias (Média de 28 dias)
Duração do fluxo: 2-7dias (Média de 5 dias)
Quantidade: 30-60ml
FASES:
FASE MENSTRUAL (D1-D5):
OVÁRIO: Ocorre involução do corpo lúteo, que passa a se chamar corpo de albicans e para de produzir progesterona
ÚTERO: Ocorre isquemia e descamação endometrial pela privação da progesterona 
FASE PROLIFERATIVA-FOLICULAR (D6-D14):
OVÁRIO: O hormônio do Hipotálamo GnRh estimula a Hipófise anterior  a produzir o Hormônio Folículo Estimulante (FSH). O FSH estimula o ovário a desenvolver o Cisto folicular (cisto que mede de 0.5-2.5cm) e as células ovarianas da camada granulosa a produzir estrogênio.
ÚTERO: As células da granulosa ovariana produzem estrogênio, que estimulam o desenvolvimento do Endométrio Proliferativo (que mede 0,5-1,0 cm), e a formação de Muco cervical claro e fluídico (filiforme).
MAMAS: Desenvolvimento de unidades ducto lobulares mamários
FASE OVULATÓRIA (D14):
OVÁRIO: O hormônio do Hipotálamo GnRh estimula a Hipófise anterior  a produzir o Hormônio Luteinizante (LH). O LH estimula o ovário a ovular. 
FASE SECRETORA-LÚTEA (D14-D28): 
OVÁRIO: Após a ovulação, o LH estimula as células ovarianas da camada teca a formar o Cisto de Corpo Lúteo, que produz progesterona.
ÚTERO: A progesterona estimula o desenvolvimento do Endométrio Secretor (que mede 1,0 -1,5 cm), formação do Muco cervical turvo e espesso. Se houver fecundação, as células do sinsiciotrofoblasto do óvulo fecundado estimulam o corpo lúteo a produzir progesterona até 10semanas quando a placenta assume a função para segurar a gravidez. Se não ocorrer fecundação, há involução do corpo lúteo, que passa a se chamar corpo de albicans e para de produzir progesterona, dando início a nova menstruação.
MAMAS: Dilatação ductos com ingurgitamento mamário.



#SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL
•CONCEITOS:
HIPERMENORREIA: sangramento menstrual com fluxo excessivo.
MENORRAGIA: sangramento menstrual com fluxo excessivo e de duração prolongada.
METRORRAGIA: sangramento menstrual de duração prolongada e intervalo irregular 
MENOMETRORRAGIA: sangramento menstrual com fluxo excessivo, duração prolongada e intervalo irregular
POLIMENORREIA: aumento na frequência menstrual (ciclo<21dias)
•ETIOLOGIA:
NEONATAL: ocorre nos primeiros dias e vida pela privação do estrogênio materno
INFÂNCIA PRÉ MENARCA: corpo estranho (maioria dos casos), trauma, estupro, infecção, rabdomiosarcoma vaginal, câncer ovariano, prolapso uretral, puberdade precoce (menor de 8anos )
ADOLESCENCIA PÓS MENARCA: maioria ocorre por sangramento uterino disfuncional porimaturidade hipotalamica, endocrinopatia (ovários micropolicísticos, tireoideopatia, hepatopatia, hiperprolactinemia), discrasia sanguínea (maioria por púrpura trombocitopênica idiopádica, doença de Von willebrand), estresse fisico e mental, gravidez, infecção, anomalia do trato saída semiobstrutiva.
MENACME (ANOS REPRODUTIVOS): maioria ocorre  por sangramento uterino disfuncional, gravidez, câncer (cervical , endometrial e vaginal), pólipo, mioma, adenomiose, infecção,endocrinopatia (ovários micropolicísticos, tireoideopatia, diabetes), discrasia sanguínea, medicamentos (escape de anticoncepcional oral, mirena, implante subdérmico)
PERIMENOPAUSA: anovulação, câncer cervical e endometrial, pólipo,mioma, adenomiose,tireoideopatia
MENOPAUSA: atrofia endometrial (maioria dos casos), pólipo, hiperplasia e câncer endometrial, supressão de teraía de reposição hormonal.
Exames :ultrassom, histeroscopia com biopsia se espessamento endometrial
SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL (SUD): sangramento anormal na ausência  de causas orgânicas e anatômicas  que ocorre sobretudo na perimenacne e perimenopausa
CICLO OVULATÓRIO (10-20%):
-Insuficiência do corpo lúteo: corpo lúteo pouco desenvolvido ou com duração menor de10 semanas na presença de gestação
-Persistência corpo lúteo (S.Halban): corpo lúteo persistente maior de 14 dias na ausência de gestação com ou sem conteúdo hemático
CICLO ANOVULATÓRIO (80-90%):
-Redução da fase folicular com queda transitória nos níveis de estrogênio
-Diversos: imaturidade eixo hipotalamo-hipófise-ovariana em adolescentes, ovários micropolicísticos, obesidade, diabetes, alcool, exercício, anorexia
-Farmacológico: aco, trh, mirena com spotting de  escape nos primeiros 6meses



#CLIMATÉRIO E MENOPAUSA:
CLIMATÉRIO primeiros indícios da falência ovariana por esgotamento do número de folículos, terminando com a menopausa. Ocorre por volta dos 40-50anos, com metrorragia em 50% das pacientes, labilidade emocional em 25%.
CD: aumento de fsh, estrogênio e progesterona normal, diminuição de inibinas
•MENOPAUSA: período de 1 ano após a última menstruação. Maioria ocorre aos 50anos. Considerada precoce se menor de 40 anos, tardia se maior de 55 anos.
Sintomas precoces: fogacho em 80% das pacientes (sudorese e aumento de temperatura, sendo a maioria noturno, com duração de cerca de 3 minutos, recorrente 5-10 vezes por dia por 5anos), labilidade emocional, redução de libido.
Sintomas tardios: atrofia vaginal (ressecamento, dispareunia, infecção), sintomas urinários (infecção  de repetição, urgência, incontinência), diminuição da concentração e memória, osteoporose em 50% dos pacientes, aumento do risco de doença cardiovascular.
Exames: aumento de FSH e LH , ausência de estrogênio e progesterona. USG-TV  (eco endometrial <0.5cm ou <1.0cm com TRH), papanicolau, mamografia, densitometria óssea.
Tratamento: TRH com progesterona se histerectomia ; estrogênio e progesterona sem histerectomia
se houver sintomas  e ausência  de contra- indicação (Absoluta:câncer de  mama  e endométrio, metrorragia, hepatopatia, trombose, porfiria. Relativa: cardiopatia, has, diabetes, mioma, lupus, melanoma). 


#MIOMA UTERINO: são tumores uterinos benignos, que correspondem a 95% dos tumores uterinos. Acomete cerca de 1/3 das mulheres em idade reprodutiva.
FATORES DE RISCO: história familiar, raça negra, nuliparidade, menarca precoce, hipertensão arterial, alcoolismo. È estrogeniodependente ( aumenta na gravidez, diminui com a menopausa e uso de anticoncecional)
EXAMES: ultrassom
TRATAMENTO
ClÍnico: indicado em caso de redução tumoral, controle de perda sanguínea, perimenopausa,risco cirúrgico elevado(análogos gnrh, aco, mirena).
Cirúrgico: indicado se sangramento uterino anormal ou dor pélvica, suspeita malignidade, infertilidade, aborto recorrente.Tecnicas:  Miomectomia laparoscópica ou videolaparoscópica , Miólise, Ablação endometrial, histerectomia se tiver prole constituída, sintomas importantes ou falha de tratamento clínico

SUBTIPOS:
Intramural: mais comum, em  50% das pacientes são assintomático, 50% apresentam dor pélvica crônica e dismenorréia.














Subseroso: assintomático ou compressivo, pode ser  pediculado ou séssil.













Submucoso: causa hipermenorréia, metrorragia, infertilidade, prolapso cervical; pode ser pediculdo ou séssil.













Cervical : são vulgarmente chamados de miomas paridos por terem localização extrauterina. 















#ENDOMETRIOSE: é a presença de Tecido endometrial fora do endométrio.
ETIOLOGIA: fluxo menstrual retrogrado, metaplasia celômica mulleriana, iatrogenia, disseminação linfática
FATORES DE RISCO: Maioria ocorre na fase reprodutiva dos 25-30anos em mulheres da raça branca ou asiática. Associado a História familiar positiva, má formação Mulleriana, estenose cervival, menarca precoce, gestação tardia, nuliparidade, aumento da frequência, do  fluxo ou da duração menstrual
SINTOMAS: Principal causa de dismenorréia ou cólica menstrual (é ciclica e progressiva), dispaurenia ou dor na relação sexual, dor pélvica crônica, retroversão uterina. Corresponde a cerca de 20-40% das causas infertilidade (aderência).
SÍTIOS DE ACOMETIMENTO:
Ovários(65%)
Ligamento utero - sacro(30-60%)
Fundo de saco posterior(30-35%) e anterior(15-35%)
Folheto posterior do ligamento largo(15-35%)
Miométrio (Adenomiose)
Outros sítios : tratointestinal (retossigmoide, apêndice), trato urinário (vesical,ureteral), torácica, parede abdominal (cicatriz de cesária).

EXAMES: IRM (padrão ouro), ultrassom. Aumento de ca 125.
CLASSIFICAÇAO (IRM) 
Leve: implantes dispersos
Moderada: aderêcias peritubáras
Grave: fundo de saco ocupado,acomet extra ginecológico
TRATAMENTO: anticoncepcional, mirena, análogo ghrn, cirurgia (casos refratários, adrerência ou invasão extensa)

•ADENOMIOSE: tecido endometrial extraendometrial intrauterino, mais comumente Localizado na parede miometrial posterior. Mais comum em mulheres de 40-50a multíparas e pós cesária. Pode ser assintomático ou causar dismenorréia e metrorragia. 

•ENDOMETRIOMA: neoplasia ovariana benigna causado pelo depósito intracístico de tecido endometrial. Corresponde a cerca de 0.5% das neoplasias ovarianas. Apenas 0.5-1% maligniza. 30 a 50% são bilaterais.















#CÂNCER DE ENDOMÉTRIO (ADENOCARCINOMA ENDOMETRIAL): é o câncer da membrana mucosa que reveste a cavidade uterina, sendo o segundo câncer mais comum do trato genital feminino. A maioria ocorre em mulheres brancas, maiores de 60 a 70anos anos. Alguns casos acometem mulheres antes dos 40anos.
FATORES DE RISCO (Hiperestrogenismo): anovulação crônica, ovários micropolicísticos, infertilidade,  nuliparidade, menarca precoce (antes dos 12anos), menopausa tardia ( depois dos 50anos), terapia de reposição hormonal sem progesterona, câncer de mama e  tamoxifeno para tratamento de câncer de mama , síndrome de lynch 2 (cãncer de cólon, endométrio e ovário).
FATORES DE PROTEÇAO: multiparidade, anticoncepcional oral, terapia de reposição hormonal combinado, Diu mirena. Tratamento :progesterona se não houver sem atipia, histerectomia se houver atipia.
SINTOMAS: Cerca de 90% apresenta sangramento após a menopausa. Pode ocorrer sangramento entre a menstruação normal antes da menopausa, sangramentos longos, intensos e frequentes após os 40anos, anemia por perda sanguínea, corrimento purulento e cólica abdominal,
METÁSTASE: invasão adjacente (miometrial, cérvice, anexos,bexiga, colo, peritônio), linfatica (linfonodos pélvicos e paraórticos), hematogênica raro (pulmão, fígado, osso,cérebro).
SUBTIPOS:
Tipo1(endometrioide):75-85% dos casos, associado a obesidade, hiperestrogenismo, endometrio hiperplasico em mulheres perimenopausa. Tem melhor prognóstico.           
Tipo 2 (serosopapilar, células claras): 15-25% dos casos, sem associação com obesidade e hiperestrogenismo. Associado a endométrio atrofico, em mulheres mais velhas. Tem pior prognostico.
EXAMES: sangue (aumento de ca125), ultrassom,ressonância, histeroscopia com biópsia (padrão ouro)
TRATAMENTO: histerectomia, radioterapia, quimioterapia

 


LESÕES PERCURSORAS:
•HIPERPLASIA ENDOMETRIAL: hiperproliferação anormal do endométrio, consistindo na lesão percursora do câncer em 75-85%casos. Está associado ao hiperestrogenismo. Pode ser focal ou difuso. Ocorre na forma simples (cística) sem atipia (risco de 1%câncer ) ou com atipia (risco de 8%) e na forma complexa(adenomatosa) sem atipia (risco de 3%)ou com atipia(risco de 30%). A maioria provoca sangramento pós menopausa ou sangramento menstrual intenso.

 •PÓLIPO ENDOMETRIAL: lesão nodular intraendometrial único ou múltiplo, séssil ou pediculado. A maioria ocorre após os 40 anos. Pode ser funcional (ocorre na menacne), hiperplasico (maioria dos casos), fibroso ( maioria dos casos em idosas), adenomatoso ou misto. Cerca de 0.5-5%maligniza.
A maioria é assintomatico, podendo causar sangramento menstrual intenso, sangramento intermenstrual ou pós menopausa, cólica menstrual , infertilidade. Pode ser também endocervical com sangramento pós coito (sinusiorragia). O tratamento consiste em polipectomia se sintomático, desejo de engravidar ou interesse de avaliação histopatológico.















#CÂNCER DE COLO UTERINO: É o câncer da porção inferior do útero, sendo o segundo câncer mais comum da mulher e o primeiro câncer do trato genital feminino. Mais de 90% dos casos ocorre em mulheres acima dos 45anos. A maioria ocorre em mulheres negras. Pode ser exofítico (polipoide , vegetante), endofítico(nodular, ulcerado).
FATORES DE RISCO: São causados por verrugas genitais, que são causados pelo HPV. Sua contaminação está associado a relações sexuais sem preservativo, início precoce das atividades sexuais, promiscuidade sexual, multíparidade, imunossupressão,  pobreza, tabagismo, pós radiação.
SINTOMAS: sangramento espontâneo ou após o ato sexual (sinusiorragia ), corrimento vaginal fétido, hidronefrose, fístula retal e vesical. Pode causar  hidrométrio, hematométrio ou piométrio. Demora cerca de 10-15anos para evolução da lesão percussora para lesão cancerosa.
METÁSTASE: invasão local (parametrial, vaginal, retal, vesical, óssea), linfonodal (linfonodos ilíacos, paraórticos), hematogênica (pulmão, fígado, osso, cavidade peritoneal, cérebro).
SUBTIPOS:
Carcinoma Epidermóide (85%)
Adenocarcinoma (15%)
EXAMES:
Papanicolau:  triagem citológica anual dos 25-60anos principalmente e seguir de 3 em 3anos após 2 anos consecutivos negativos. Resultados: negativo ou positivo para câncer, Nic 1-2-3, Infecção pelo HPV ou amostra insatisfatória. O exame de ser repetido em 6 meses se Nic 1, HPV ou amostra insatisfatória. Deve ser realizado colposcopia se Nic 2-3 ou biópsia se positivo para câncer.
Colposcopia: teste de Schiller ( teste do iodo ou lugol) indicado para Papanicolau com resultado
Nic 2 ou 3 . Pode ocorrer epitélio normal (junção escamocolunar, epitélio colunar ou estratificado) ou pode ocorrer epitélio suspeito (acetobranco, pontilhado vascular, mosaico, vasos atípicos, halo espessado ), neste caso sendo indicado a biópsia.
Ultrassom
Ressonãncia
TRATAMENTO: Cauterização, Conização, Hiterectomia total ou radical (Werthein Meigs), quimioterapia, radioterapia
LESÕES PERCURSORAS:
Hpv (Papilomavirus): associado a 99% dos casos. Alto risco:16 e 18. Causa verruga genital com cura espontânea, persistencia viral com ou sem cura espontânea e neoplasia.Tratamento: cauterização
Nic (Neoplasia Intraepitelial Cervical): lesões precursoras. A maioria ocorre em maiores de 20anos. Assintomático em fase inicial. Nic1: displasia leve. Nic2:displasia moderada. Nic3: displasia grave.
Sil (Lesão Intraepitelial Escamosa): é uma outra classificação das lesões precursoras.
Lsil ou baixo grau (Nic 1). Hsil ou alto grau (Nic 2 e 3).ASCUS (epitélio estratificado indeterminado).
AGUS(epitélio glandular indeterminado).
 
 





#CÂNCER DE VAGINA (CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS): A maioria ocorre em pacientes maiores de 60 a 65 anos. Está associado a Neoplasia Intraepitelial Vaginal (Nivas), que por sua vez é causado por HPV (70% dos casos), hiv, radioterapia e adenose vaginal adquiridos pelas mulheres quando sexualmente ativas e em idade reprodutiva. Provoca sangramento espontâneo ou após o ato sexual (sinusiorragia), corrimento fétido, dor pélvica e ardência para urinar (disúria ). Ao exame observa-se lesão vegetante ou ulcerada, podendo ser multifocal no terço superior da vagina. Metástase adjacente e linfonodal ; hematogênica raro (pulmão, fígado, osso). Tratamento: vulvovaginectomia, histerectomia radiacal, radioterapia e quimioterapia.

















#CÂNCER DE VULVA(CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS): A maioria ocorre em pacientes maiores de 75anos. Está associado a Neoplasia Intraepitelial Vulvar (Niv), que podem ter ser de dois tipos:

 Causado por HPV (90% dos casos), adquiridos por mulheres sexualmente ativas e em idade reprodutiva. Ou causados por líquen e hiperplasia escamosa (10%dos casos), presentes em mulheres maiores de 65anos. Provocam prurido, dor, sangramento, disúria e corrimento vaginal. Ao exame observa-se lesão nodular sólida ou cística, placas brancas ou lesões ulceradas. Cerca de 70% ocorre nos grandes lábios, 20% em clítoris e períneo. Metástase adjacente e linfonodal ; hematogênica raro (pulmão, fígado, osso). Tratamento: ressercção, vulvectomia, radioterapia e quimioterapia.



#TUMOR DE OVÁRIO:
EPIDEMIOLOGIA: São tumores raros, que correspondem a oitava causa de malignidade em mulheres (cerca de 2,5 % dos câncer femininos ).  Lesões benignas como as lesões císticas não neoplásicas (90% dos casos) e as neoplasias ovarianas benignas correspondem a maioria das lesões ovarianas. Dentre as neoplasias, cerca de 80% são benignas e cerca de 20% são malignas. Na pré-menopausa, cerca de 95% das neoplasias são benignas e apenas cerca de 5% são malignas. Na pós-menopausa, cerca de 60% das neoplasias são benignas e cerca de 40% são malignas. A maioria das neoplasias tanto benignas como malignas são constituídas predominantemente por lesões císticas. As lesões malignas afetam principalmente mulheres acima de 50anos e costumam estar em estágio avançado na época do diagnóstico (85% apresentam metástase na apresentação). 
FATORES DE RISCO: 90% são esporádicos e 10% são familiares, sendo que a História familiar é o fator de risco isolado mais importante (associado ao gene Brca). Está associado ainda a síndrome de Lynch               (Câncer de ovário, mama, endométrio e colo), infertilidade, nuliparidade, lesões císticas maiores de 10 cm, septações espessas e componentes parietais sólidos hipervasculares.
SINTOMAS: Costuma ser assintomático em fases iniciais. À medida que o tumor cresce pode causar sintomas de pressão, dor e distensão abdominal e pélvica, sangramento vaginal, sintomas compressivos como constipação e vontade frequente de urinar . Há ainda uma maior predisposição a torção e ruptura dos ovários.
METÁSTASE: implantes peritoneais na maioria dos casos (ascite, nódulos, espessamento omental), metástase linfática e hematogênica (fígado, pulmão,mama).
EXAMES: marcadores tumorais como alfafetoproteína (AFP), gonodatrofina coriônica (HCG), ca-125 , ultrassom, tomografia, ressonância.

TRATAMENTO: ooforectomia, quimioterapia e radioterapia


#DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA
ETIOLOGIA: Gonococo, Chamydia, Flora Mista(Micoplasma, Ureoplasma, E.coli, Streptococus,Haemophilus)
SINTOMAS: dor,febre,corrimento muco purulento,sangramento uterino anormal, dor pélvica espontânea, leucocitose.  Complicação com infertilidade, gravidez ectópica  e dor pélvica crônica.
EXAMES: gram, ultrassom ,biopsia endometrial, laparoscopia
TRATAMENTO: antibióticos
CLASSIFICAÇÃO:
ENDOMETRITE
PIOSSALPINGE
ABCESSO TUBULOOVARIANO



#INFERTILIDADE:
•CONCEITO: Ausência de gestação após 1 ano de coito desprotegido em mulher menor de 35anos ou 6meses em  mulher maior de 35anos. È primária se houver ausência gestação prévia. È secundária se houver gestação prévia com nascido vivo ou não. Esterelidade é a incapacidade impermanente de reprodução
•ETIOLOGIA:
FATOR MISTO MASCULINO E FEMININO(5%)
FATOR INEXPLICADO (10%)
FATOR MASCULINO (35%): varicocele ( principal causa de infertilidade masculina), criptoquirdia e atrofia testicular, obstrução ou agenesia do ducto ejaculatório.  Exames:Ultrassom, espermograma
FATOR FEMININO (50%)
Ovulatório (40%): Ovários micropolicísticos (30%), Hipogonadismo hipergonadotrofico (10%), Anomalia do Trato saída. Exames: ultrassom (ausência de desenvolvimento folículo dominante, endométrio não secretor)
Tubário (40%): endometriose (10%), doença inflamatória pélvica , tuberculose, cirurgia.
Exames: histerossalpingografia,  laparoscopia
Uterino: síndrome de ascherman (aderência ), pólipo, mioma submucoso, má formação mulleriana
Cervical: ph muco com <7;
Imunológico: anticorpo anti espermatozóide (trauma, torção, vasectomia, infecção urinária)
TRATAMENTO: Clomifeno (indutor da ovulação). Fertilização in vitro
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#AMENORREIA:
•CONCEITO: é a ausência de menstruação. É  Primária se a mulher nunca menstruou (ausência de menarca ou primeira menstruação) até os 14anos associado a ausência de caracteres secundários  ou até 16anos com o desenvolvimento de caracteres secundários. É secundária se houver ausência de menstruação por 3 ciclos ou 3 meses.
OUTROS TERMOS:
ATRASO MENSTRUAL: ausência de menstruáção por período menor 3ciclos
OLIGOMENORRÉIA: redução na frequência menstrual (ciclo>35dias)
HIPOMENORRÉIA: fluxo menstrual escasso (menor de 20ml) ou de duração reduzida(menor de 2dias)
CRIPTOMENORRÉIA: ausência de exteriorização no sangramento por anormalidade do trato de saída
•EXAMES: ultrassom, histerossalpingografia, dosagem de PRL (níveis aumentados provoca inibição do GnRh), teste do progesterona ( provoca sangramento de privação em caso de distúrbios anovulatórios ), teste do estrogênio+progesterona ( provoca sangramento em caso de hipogonadismo e ausência de sangramento em caso de patologia do trato de saída), dosagem de FSH e LH (níveis reduzidos em caso de hipogonadismo hipogonadotrófico ou deficiência do eixo hipotálamo-hipofisário; níveis elevados em caso de hipoganadismo hipergonadotrófico ou eixo hipotalâmo-hipofisário preservado com insuficiência ovariana); teste o GnRh(provoca sangramento em caso de defeito do eixo hipotalâmico e ausência de sangramento em caso de defeito do eixo hipofisário)
•ETIOLOGIA
HIPERPROLACTINEMIA:
Fisio-Metabólica: anorexia, exercício, stress, cirurgia, gestação, lactação, cirrose, insuficiência renal, diabetes,  hipotireoidismo, síndrome de Cushing, produção ectópica (câncer de pulmão e rim), fármacos (anticoncepcional, metildopa, neurolépticos, antidepressivos)
Hipotálamo-Hipofisária: trauma, sela vazia, doenças inflamatórias e granulomatosas ( hipofisite linfocítica, histiocitose, sarcoidose, turbeculose, cisticercose) , tumores (cistos, cranofaringiomas, gliomas, adenomas).
 DISTÚRBIOS ANOVULATÓRIOS: SíNDROME OVÁRIOS POLICÍSTICOS 
>GnRh >LH>Adrogênios tecais e de insulina<FSH (relaçao LH:FSH>2). Afeta 5-10% das mulheres. 20% das mulheres tem apenas ovários microplicisticos sem os estigmas da síndrome. Sintomas: obesidade (50%), hiperinsulinemia e diabetes (40%), hipertensão (40%), alopecia, acne e hirsutismo (80% dos casos de hiperandrogenismo em mulheres), ciclos irregulares (90% dos casos) com oligomenorréia, sangramento uterino disfuncional ou amenorréia anovulatória crônica   (30-40% dos casos de infertilidade). Ovários bilateralmente hipertrofiados >10cm³, com >12 microcistos periféricos e estroma ecogênico, endométrio hiperplásico. Tratamento: sintomático, anticoncepcional oral, ressecção em cunha ou eletrocauterização ovariano.
 

HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO:
Hiperprolactinemia Hipotálamo-Hipofisária
Síndromes Hipotálamo-Hipofisárias
Atraso constitucional da puberdade: é uma doença autossômico dominante que constitui a causa mais comum de puberdade tardia por atraso do início da produção de gonadatropinas

HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO (INSUFICIÊNCIA OVARIANA):
Menopausa precoce: término dos ciclos menstruais em menores de 40anos provocando amenorréia secundária . Pode ser diopático ou associado a cirurgia, irradiação pélvica, doença auto imune, tuberculose.
Tumores Ovarianos Virilizantes (arrenoblastoma): produção de androgênios virilizantes provocando amenorréia secundária.
Síndrome de Savage: resistência ovariana as gonadotrofinas (FSH/ LH), provocando ausência de desenvolvimento folicular e anovulação, ausência de caracteres sexuais secundários e amenorréia primaria
Galactosemia: ação tóxica dos metabólitos da galactose causando destruição ovariana precoce, ausência de caracteres sexuais secundários e amenorréia primaria
Disgenesia gonadal: ovários ausentes ou atróficos (‘’em fita’’), provocando ausência de caracteres sexuais secundários e amenorréia primaria. A forma mais comum é a Síndrome de Turner (45X0), caracterizada por  por fenótipo feminino, atraso crescimento, linfedema cervical, membros curtos, anomalias cardíacas e rins em ferradura.
Deficiência de 17alfa Hidroxilase: redução da produção de cortisol e desvio para aumento de acth e aldosterona, causando ausência de caracteres sexuais secundários, amenorréia primaria e hipertensão arterial
Deficiência de 5alfa Redutase: ausência de ativação do testosterona em indivíduos com genótipo masculino, com testículos e sem estruturas mullerianas. Os indivíduos apresentam genitália externa feminina ou ambígua com micropênis e pseudovagina, ausência de caracteres sexuais secundários e amenorreia primaria

PATOLOGIAS UTEROVAGINAIS (TRATO DE SAÍDA):
Tuberculose: estenose tubária (aderência, espessamento, nódulos, calcificação), abcesso tubuloovariano, linfadenopatia, infiltração omental

                                   
Síndrome de Acherman: aderência ou sinéquia pós Doença Inflamatória pélvica ,aborto ,curetagem ou cesária . Pode causar dor pélvica cíclica, hematometrio e hematocolpo  por criptomenorréia.
                                       




Má formação do trato de saída (Hímem Imperfurado, Atresia ou Septo vaginal):provoca dor pélvica cíclica, hematométrio e  hematocolpo por criptomenorréia.

Hímem Imperfurado

Septo vaginal

 Atresia vaginal
Má formação mulleriana classe 1 (Agenesia-Hipoplasia uterina) e classe 2 (Útero unicorno)
Síndrome de Mayer Rokitanski Kuster Hauser: agenesia dos ductos de Muller em pacientes com genótipo feminino com hipoplasia de útero, tuba e terço superior da vagina. Os ovários são normais provocando desenvolvimento de caracteres sexuais secundários como mamas e pelos. Associado a anomalia urinária (rim único, sistema coletor duplo) e anomalia óssea.
Pseudo Hermafroditismo Feminino ou Hiperplasia Adrenal Congênita (46XX): deficiência da enzima
21-hidroxilase com redução do cortisol e desvio androgênico em pacientes com genótipo feminino. Provoca aumento da adrenal por estímulo do acth e virilização caracterizado por genitália externa ambígua com megaclítoris. A genitália interna feminina é normal. 75% apresentam a forma perdedora sal que é  mais grave e descoberta ao nascimento.
Pseudo Hermafroditismo Masculino ou Síndrome de Moris (46XY): Insensibilidade aos Androgênios em pacientes com genótipo masculino levando a feminização. Provoca ausência de denvolvimento caracteres sexuais secundários masculino com genitalia externa ambígua pouco desenvolvida com micropênis, vagina em fundo cego, poucos pelos e mamas; ausência de genitália interna feminina e testiculos ausentes ou intra abdominais atróficos com risco de disgerminoma.
Hermafroditismo Verdadeiro (XX ou XY ou mosaico): gônada masculina e feminina (ovotestis), genitália externa ambígua, sem mamas, pode ter menstruação

•MÁ FORMAÇÕES MULLERIANAS
Classe1: Agenesia-Hipoplasia uterina                 Classe2: Útero Unicorno
                       

Classe3: Útero Didelfo                                         Classe4: Útero Bicorno
                        

Classe5: Útero Septado-Subseptado                    Classe6: Útero Arqueado
                           

Classe 7: Útero em T
(exposiçao a dietilestibestrol)